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CNE Estado da Educação 2023

Resumo do relatório

O Relatório Estado da Educação 2023, sob a coordenação de Domingos Fernandes e Conceição Gonçalves, apresenta uma visão abrangente do sistema educativo português, com foco nas tendências, desafios e políticas para o seu desenvolvimento. O documento divide-se em duas partes principais:

  1. Panorâmica do Sistema Educativo: Analisa os indicadores e dados estatísticos, abrangendo recursos humanos, financeiros, digitais e a internacionalização do ensino. Destaques:

    • A maior qualificação dos docentes, com cerca de 13% possuindo mestrado ou doutoramento.

    • A contínua dificuldade de renovação do corpo docente, especialmente no ensino superior, onde quase metade tem mais de 50 anos.

    • Investimentos significativos em tecnologias educacionais e infraestruturas, mas com necessidade de avaliar o impacto nas aprendizagens e inclusão digital.

    • A mobilidade internacional de estudantes e professores, refletindo maior diversidade cultural no ensino.

  2. Reflexões para o Desenvolvimento das Políticas Educativas: Foca-se em temas específicos:

    • Educação dos 0 aos 12 anos: Propõe a integração das creches no Ministério da Educação e a reconfiguração dos ciclos escolares para melhor progressão.

    • Educação Secundária: Destaca a necessidade de valorização dos cursos técnico-profissionais e uma definição clara do papel terminal deste nível de ensino.

    • Português Língua Não Materna (PLNM): Aponta a disciplina como essencial para a inclusão de alunos migrantes, mas salienta a falta de dados sistemáticos para avaliar sua eficácia.

    • Inovação Pedagógica no Ensino Superior: Enfatiza a importância de práticas pedagógicas inovadoras para melhorar o ensino e reduzir abandono.

Principais Desafios e Conclusões:

  • Apesar de progressos significativos nas taxas de escolarização e qualificação, persiste a necessidade de melhorar a qualidade das aprendizagens e reduzir desigualdades regionais e sociais.

  • A reconfiguração das políticas de educação é essencial para abordar a elevada retenção escolar e as necessidades de uma população estudantil cada vez mais diversa.

  • A transformação pedagógica em todos os níveis de ensino é central para preparar os alunos para uma sociedade em constante mudança.

O relatório sublinha que a educação é um "bem inestimável", sendo essencial continuar a investir na qualidade e inclusão para promover o bem-estar social e individual.

 

A disciplina de Educação Física

A disciplina de Educação Física é mencionada no relatório "Estado da Educação 2023" como uma área de destaque no desempenho académico e curricular dos alunos. Aqui estão os principais pontos:

  1. Classificações e Desempenho Académico:

    • A Educação Física apresenta, em 2022/2023, as médias finais mais elevadas no ensino básico, com classificações médias entre 3,9 e 4,1, e uma percentagem significativa de alunos a obterem níveis 4 ou 5 (69% a 75%, dependendo do ano de escolaridade). Este desempenho destaca a disciplina como uma das mais bem-sucedidas no âmbito das avaliações internas​.

    • A Educação Física mantém a média mais alta entre as disciplinas trienais no ensino secundário, com uma média de 16,8 valores, sendo a área com menor dispersão de classificações. Esta consistência reflete a importância da disciplina na formação geral dos alunos e no seu equilíbrio educacional​.

  2. A Perspetiva Holística do Currículo:

    • A Educação Física é integrada numa visão holística do currículo, que promove o desenvolvimento de competências, atitudes e valores transversais, essenciais para a construção de uma sociedade democrática e livre. Esta abordagem sublinha a relevância de áreas como a Educação Física na formação integral dos alunos, incentivando não apenas o desempenho físico, mas também o desenvolvimento social e emocional​​.

Este reconhecimento sublinha a necessidade de continuar a valorizar a Educação Física como componente essencial do currículo escolar, promovendo aprendizagens inclusivas e um desenvolvimento integral dos alunos.

 

 

Relatório do Estado da Educação 2023 (Resumo extenso)

 

O Relatório do Estado da Educação 2023, coordenado por Domingos Fernandes e Conceição Gonçalves, constitui uma análise rigorosa e detalhada sobre a evolução e os desafios do sistema educativo português. Este documento reflete sobre os avanços alcançados ao longo das últimas décadas, destacando as transformações estruturais e os desafios persistentes que requerem ação estratégica. O relatório divide-se em duas partes principais: uma análise dos indicadores do sistema educativo e reflexões prospetivas sobre temas estruturantes.

 

Parte I: Panorâmica do Sistema Educativo

Recursos Humanos

O corpo docente em Portugal tem-se qualificado significativamente, com quase 13% dos professores do ensino básico e secundário a possuírem mestrado ou doutoramento. Apesar deste avanço, o envelhecimento dos docentes e as dificuldades no recrutamento de novos profissionais são questões críticas:

  • A faixa etária dos professores revela que quase metade tem 50 ou mais anos, enquanto menos de 2% têm menos de 30 anos.

  • A escassez de estudantes inscritos em cursos de formação inicial para a docência agrava a dificuldade de renovação do corpo docente.

Recursos Financeiros

O investimento estatal na educação aumentou para 10.315,20 milhões de euros em 2023, incluindo ciência, tecnologia e ensino superior. Este aumento está alinhado com iniciativas como:

  • Educação inclusiva;

  • Modernização dos Centros Tecnológicos Especializados;

  • Digitalização das escolas.

No entanto, permanecem lacunas na avaliação do impacto deste financiamento, especialmente no que diz respeito à eficácia das medidas implementadas.

Recursos Digitais

A digitalização da educação tem avançado com a distribuição de equipamentos e formação docente no âmbito do Plano de Capacitação Digital das Escolas. Apesar disso, carecem evidências sistemáticas sobre os efeitos destas iniciativas nas aprendizagens e na inclusão digital. Recomenda-se uma abordagem sistémica e estratégica para garantir a equidade e a eficácia das tecnologias no ensino.

Internacionalização

O sistema educativo português tem acolhido cada vez mais alunos estrangeiros, com 18% dos estudantes do ensino superior em 2022/2023 provenientes de outros países. Esta realidade representa um desafio e uma oportunidade para:

  • Diversificar culturalmente os ambientes de aprendizagem;

  • Integrar melhor as dimensões interculturais no currículo, promovendo inclusão e coesão social.

 

Parte II: Reflexões para o Desenvolvimento das Políticas Educativas

A segunda parte do relatório concentra-se em quatro temáticas críticas para o futuro da educação em Portugal:

1. Educação dos 0 aos 12 anos

A proposta de integrar as creches no Ministério da Educação, Ciência e Inovação visa melhorar a coesão educativa desde os primeiros anos. O relatório sublinha a necessidade de:

  • Reconfigurar o sistema para eliminar o 2.º ciclo e criar um ciclo único dos 6 aos 12 anos, permitindo maior continuidade pedagógica.

  • Investir na formação inicial e contínua de professores para garantir uma base sólida de competências em leitura, escrita e matemática nos primeiros anos de escolaridade.

2. Educação Secundária

O ensino secundário, considerado um ponto de inflexão no sistema educativo, deve responder às exigências do mercado de trabalho e às aspirações de progressão académica. Entre as prioridades identificadas:

  • Valorizar todos os cursos de nível secundário, incluindo os técnico-profissionais, reduzindo o desequilíbrio com os cursos científico-humanísticos.

  • Reforçar a integração das escolas secundárias com a sociedade, as empresas e as instituições de ensino superior, promovendo projetos interdisciplinares que estimulem a curiosidade científica e cultural.

3. Português Língua Não Materna (PLNM)

A disciplina de PLNM desempenha um papel essencial na inclusão de alunos migrantes. Contudo, o relatório aponta para a necessidade de:

  • Melhorar a recolha de dados sobre a frequência e impacto da disciplina.

  • Implementar estratégias que garantam a plena integração linguística e social dos alunos, combatendo desigualdades persistentes.

4. Inovação Pedagógica no Ensino Superior

As práticas pedagógicas no ensino superior devem evoluir para reduzir o abandono escolar e melhorar a qualidade das aprendizagens. Recomenda-se:

  • A formação pedagógica obrigatória para docentes.

  • O incentivo à investigação em metodologias pedagógicas inovadoras.

 

Educação Física no Estado da Educação 2023

Contributos Curriculares e Pedagógicos

A Educação Física é destacada no relatório como uma disciplina essencial para o desenvolvimento integral dos alunos. Para além do desenvolvimento físico, esta área promove competências sociais, emocionais e éticas fundamentais:

  • A prática de atividades físicas estimula valores como cooperação, respeito e disciplina, contribuindo para a formação cidadã.

  • A inclusão da Educação Física numa perspetiva holística do currículo reflete o compromisso com aprendizagens transversais e integradoras.

Desempenho Académico

Os dados evidenciam o sucesso da Educação Física no sistema educativo:

  • No ensino básico, as médias finais situam-se entre 3,9 e 4,1, com mais de 70% dos alunos a obterem classificações elevadas (níveis 4 e 5).

  • No ensino secundário, a média de 16,8 valores é a mais alta entre as disciplinas trienais, com uma consistência de desempenho notável.

Desafios e Oportunidades

Apesar dos resultados positivos, a Educação Física enfrenta desafios:

  • Necessidade de inovar metodologias, integrando tecnologias digitais no ensino e aprendizagem.

  • Reforçar o papel da disciplina no combate às desigualdades sociais e regionais, garantindo que todos os alunos tenham acesso a oportunidades equivalentes.

 

Conclusão

 

O Relatório do Estado da Educação 2023 oferece uma visão detalhada do progresso e das lacunas do sistema educativo português. Embora os avanços nas qualificações e na inclusão sejam notáveis, subsistem desafios significativos, como o envelhecimento docente, as desigualdades regionais e sociais e a necessidade de práticas pedagógicas mais inovadoras.

A Educação Física, ao destacar-se pelos seus resultados e contributos para o currículo, exemplifica como áreas específicas podem liderar no caminho para a excelência e inclusão educacional. Este reconhecimento reforça a importância de políticas que valorizem todas as dimensões da educação, assegurando o desenvolvimento integral dos alunos e a construção de uma sociedade mais justa e coesa.

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