
Education at a Glance 2025 – Portugal em comparação com a OCDE
O relatório da OCDE Education at a Glance 2025 fornece indicadores comparativos sobre os sistemas educativos. No caso português, alguns dados revelam desafios significativos quando comparados com a média da OCDE.
1. Envelhecimento da profissão docente
Portugal: 56% dos professores do ensino secundário têm mais de 50 anos (2023), contra 31% em 2013.
OCDE: a média é de 42% em 2023.
Portugal apresenta, assim, um dos corpos docentes mais envelhecidos do espaço da OCDE.
2. Escassez de professores
Portugal: tem registado dificuldades em algumas áreas disciplinares, sobretudo no início do ano letivo.
OCDE: em média, menos de 3% das vagas permanecem por preencher, mas o problema é mais acentuado no ensino secundário em vários países.
Portugal situa-se acima da média quanto à perceção de risco de falta de professores.
3. Atração e retenção na carreira docente
Portugal: a via de acesso à docência é essencialmente tradicional (formação inicial em universidades/escolas superiores de educação), com poucas alternativas de certificação rápida.
OCDE: mais de metade dos países oferecem programas alternativos para atrair candidatos de segunda carreira.
Portugal encontra-se menos diversificado no recrutamento de novos docentes.
4. Rácio aluno/professor
Portugal: cerca de 11 alunos por professor no ensino secundário.
OCDE: média de 13 alunos por professor.
Portugal apresenta rácios mais baixos, o que pode favorecer maior acompanhamento pedagógico.
5. Atividades extracurriculares
Portugal: destaca-se pelo investimento histórico no Desporto Escolar e em programas de enriquecimento curricular, embora dependentes da disponibilidade de docentes.
OCDE: o relatório reforça a importância destas atividades para reduzir abandono e promover integração, mas a implementação é desigual entre países.
Portugal está acima da média no reconhecimento institucional destas práticas.
Síntese
Comparado com a OCDE, Portugal evidencia maior envelhecimento docente e menor diversificação no recrutamento, mas apresenta rácios aluno/professor mais favoráveis e forte tradição de atividades extracurriculares. Estes dados revelam pontos fortes que importa consolidar e fragilidades que exigem políticas de renovação e atração de novos professores.
