O Panathlon Clube de Lisboa organizou, no dia 16 de outubro de 2025, das 19h30 às 21h00, no auditório do Comité Olímpico de Portugal, uma sessão pública dedicada à reflexão sobre o papel do desporto para pessoas com deficiência como vetor de inclusão e transformação social.
A iniciativa reuniu participantes de diferentes perfis – atletas paralímpicos, treinadores e dirigentes –, sob moderação da jornalista Edite Dias (do jornal A Bola), com o propósito de debater os desafios da prática de alto rendimento, das condições de alargamento da base de participantes com deficiência, do reconhecimento mediático do paralimpismo e da formulação de estratégias institucionais para o futuro.
Entre os intervenientes destacaram-se a treinadora Carla Cardoso (com vasta experiência no desenvolvimento de atletas e equipas de desporto adaptado), o nadador paralímpico Daniel Videira (destacado em campeonatos internacionais e envolvido em órgão de representação de atletas), o dirigente Luís Gestas (presidente da Associação Nacional de Desporto para a Deficiência Visual) e o atleta Mário Trindade (detentor de recorde mundial em cadeira de rodas e praticante de ténis em cadeira).
A sessão evidenciou que o desporto para pessoas com deficiência não constitui apenas uma vertente adaptada, mas antes uma componente essencial de uma cultura educativa e social inclusiva. Salientou-se que a promoção da participação, o acesso a recursos adequados, a valorização das trajetórias individuais e a visibilidade pública são indispensáveis para que a inclusão no desporto ultrapasse o mero simbolismo e se traduza em práticas sustentadas.
Concluiu-se que é fundamental prosseguir esforços no sentido de: (i) reforçar a formação técnica de treinadores e dirigentes no âmbito do desporto adaptado; (ii) criar estruturas organizativas que garantam uma progressão funcional da base até ao alto rendimento; (iii) potenciar o reconhecimento mediático e institucional do movimento paralímpico; e (iv) adotar uma perspetiva estratégica que articule desporto, educação e inclusão social.
A SPEF – Sociedade Portuguesa de Educação Física regista com interesse esta iniciativa e releva-a enquanto contributo para o progresso da educação física adaptada e do desporto inclusivo em Portugal. Convida a comunidade educativa e desportiva a acompanhar desenvolvimentos e a promover práticas que assegurem o pleno envolvimento de pessoas com deficiência no desporto.