Comparativo Legislativas 2025
- Sociedade Portuguesa de Educação Física

- 2 de mai.
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A Educação Física, o Desporto e a Atividade Física nos Programas Eleitorais: Evolução e Tendências em 2025
No contexto das eleições legislativas de 2025, foram produzidas duas análises comparativas que permitem uma leitura aprofundada da forma como os principais partidos políticos portugueses abordam os domínios da Educação Física, do Desporto Escolar, da Atividade Física e da Promoção do Bem-Estar e da Saúde. Estes estudos são essenciais para compreender não apenas o posicionamento programático de cada força política, mas também para aferir a evolução das suas propostas relativamente ao ano anterior.
1. Da continuidade à inovação: o que mudou de 2024 para 2025?
A análise contida no documento “Comparação 24 e 25” foca-se exclusivamente na evolução programática entre os anos de 2024 e 2025. Verifica-se que partidos como o PS, o PCP e o LIVRE demonstraram um reforço das suas propostas, tanto em densidade conceptual como em medidas concretas — por exemplo, através da definição de metas horárias para a Educação Física ou da introdução de programas estruturados de articulação entre saúde e atividade física.
Por outro lado, partidos como a Iniciativa Liberal e o Chega mantiveram uma posição de relativa estagnação ou ausência programática no que diz respeito à Educação Física escolar e ao Desporto como política pública transversal. A AD/PSD-CDS apresenta melhorias incrementais, nomeadamente através da introdução de Conselhos Municipais de Desporto e de programas de desporto por modalidade, mas continua a faltar uma estrutura orçamental robusta e metas quantificadas.
2. A comparação transversal: diversidade ideológica e convergências emergentes
Complementarmente, o documento “Comparação Programas Eleitorais 2025 Completo” oferece uma visão alargada e transversal sobre o posicionamento dos partidos em 2025, permitindo comparações entre áreas temáticas (Educação Física escolar, promoção da atividade física na população, desporto federado e associativo, desporto de alto rendimento e bem-estar físico).
Este segundo estudo evidencia tendências relevantes:
Reforço do papel da Educação Física na escola — com propostas particularmente ambiciosas do PCP, PAN e BE, que pretendem tornar a EF obrigatória desde o 1.º ciclo, com professores especializados.
Integração da atividade física na saúde pública — com destaque para o PAN, que propõe a prescrição médica de exercício físico e a integração de profissionais do exercício nos centros de saúde.
Valorização do desporto federado — com consensos alargados sobre a necessidade de apoio ao associativismo, sendo o BE e o PCP os mais proativos em termos de financiamento público e reforma legislativa.
Preocupações com a ética e a inclusão — com propostas de combate à dopagem, promoção do desporto feminino, e incentivo ao desporto adaptado.
3. Conclusão: uma matriz política em transformação
A leitura conjugada destes dois documentos revela que existe, no panorama político nacional, uma crescente consciencialização sobre o valor estrutural da Educação Física e da atividade física para a saúde pública, a educação e a coesão social. Ainda que existam clivagens ideológicas quanto ao papel do Estado ou ao modelo de financiamento, verifica-se uma tendência de convergência no reconhecimento do desporto como política pública essencial para o desenvolvimento sustentável da sociedade portuguesa.
Esses documentos constituem, por isso, uma base sólida para o debate público, para a investigação académica e para a intervenção cívica informada.




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